Taxas, Impostos e Contribuições...
O sistema de impostos disfuncional que existe no Brasil é um dos principais responsáveis por pagarmos caro em itens que vão de produtos eletrônicos até peças de vestuário, meios de transporte e alimentos, entre outros. Entre os motivos para os preços altos está o fato de que nosso sistema tributário prioriza taxas que incidem sobre o consumo, e não aquelas que afetam a produção, já que as primeiras se mostram mais fáceis de coletar.
O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), de ordem estadual, pode variar entre 16% e 25% dependendo do local do país que é avaliado. Além disso, itens que vêm do exterior sofrem com uma taxação de 60% sobre seu valor-base, o que contribui para inchar os valores cobrados por eles em território nacional — medida de ordem protecionista que nem sempre faz sentido, especialmente quando não há produto nacional correspondente que deva ser “protegido”.
Atualmente as empresas têm que lidar com 88 contribuições federais, estaduais e municipais, algo que, na prática, significa que elas têm que gastar aproximadamente um terço do ano lidando com impostos.
As autoridades do país criam aproximadamente 46 novas regras a cada dia, o que torna um inferno a vida de muitos contadores. Isso afeta principalmente as classes média e baixa, que não conseguem aproveitar as brechas que os mais ricos usam para evitar a taxação de grande parte de sua renda.
O resultado disso tudo é que mesmo produtos produzidos em território nacional são vendidos em nossas lojas por preços maiores do que os cobrados no exterior. Enquanto por aqui um Gol 1.6 com quatro portas sai por R$ 37 mil, no México o mesmo veículo (produzido em São Bernardo do Campo) pode ser adquirido por R$ 23 mil — com a diferença, você pode levar sua família para passar boas férias em Cancun e ainda deve sobrar algum dinheiro para comprar lembranças.